terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

bifidobactérias

Quais os efeitos benéficos causados pelas bifidobactérias?


As bifidobactérias, pertencentes ao gênero Bifidobacterium, são bactérias que fazem parte da microbiota do trato gastrintestinal inferior do ser humano e não apresentam nenhuma patogenicidade. As bifidobactérias mais estudadas e utilizadas como probióticos são das espécies Bifidobacterium bifidum, B. breve, B. lactis e B. longum.

Muitos são os benefícios das bifidobactérias para a saúde humana, durante o aleitamento materno, no fortalecimento do sistema imune, na dermatite atópica, doenças inflamatórias crônicas do intestino, síndrome do intestino curto, vários tipos de diarréia, no metabolismo lipídico e reduzindo as taxas de colesterol.

Crianças amamentadas ao seio apresentam níveis populacionais mais altos destas bactérias, quando comparadas com crianças alimentadas com fórmulas infantis. As bifidobactérias utilizam os oligossacarídeos do leite humano como fonte de energia e instalam-se no tubo digestório do recém-nascido, que se beneficia com a presença delas, que agem contra os microorganismos patogênicos do gênero Clostridium.

As bifidobactérias aumentam várias funções imunes, entre elas a ativação de linfócitos, de macrófago e produção de anticorpos. Estudiosos encontraram aumento na fagocitose de E. coli in vitro após uso de leite fermentado por B. bifidum. Também foi observado que o peptideoglicano da parede de B. thermophilium possui a capacidade de estimular a resposta imune não específica, como por exemplo, potencializando a fagocitose de neutrófilos, aumentando a capacidade de defesa inicial contra infecção. Shu e col. encontrou que camundongos alimentados com leite preparado com B. lactis foram protegidos contra infecções com Salmonella sorovar typhimuruim.

Em crianças com dermatite atópica, a microbiótica intestinal possui um número reduzido de bifidobactérias. Um estudo tratou 27 lactentes com fórmula infantil suplementada com B. lactis e estas apresentaram dermatite atópica leve, pois o probiótico induziu ao controle precoce das informações alérgicas.

Um estudo francês mostrou benefícios da ingestão de leite fermentado contendo B. animalis em pacientes com síndrome do intestino irritável com constipação. Após seis semanas de consumo, os pacientes relataram melhora no desconforto abdominal e aumento na freqüência das evacuações.

Vários estudos comprovam o papel benéfico dos probióticos na prevenção e no tratamento da diarréia, seja associada ao uso de antibióticos, na diarréia infantil (rotavírus), na diarréia do viajante, entre outras.

Alguns estudos apontam que os probióticos podem auxiliar no controle do colesterol, diminuindo os níveis de LDL do plasma indiretamente, uma vez que promovem a desconjugação ou dehidroxilação dos sais biliares. Isso faz com que novos sais biliares sejam produzidos, já que os que foram desconjugados ou dehidroxilados não poderão ser reutilizados pelo organismo. Dessa maneira, ocorre a diminuição da taxa de colesterol sérico, já que estes novos sais biliares são produzidos a partir do colesterol.



Bibliografia (s)

Kunz C, Rudloff S, Baier W, Klein N, Strobel S. Oligosaccharides in human milk: structural functional, and metabolic aspects. Ann Rev Nutr. 2000;20:699-722.

Glück U, Gebbers JO. Ingested probiotics reduce nasal colonization with patogenic bacteria. Am J Clin Nutr. 2003;77:517-20.

Shu Q, Lin H, Rutherfurd KJ, Fenwick SG, Prasad J, Gopal PK, et al. Dietary
Bifidobacterium lactis (HN019) enhances resistance to oral Salmonella typhimurium
infection in mice. Microbiol Immunol. 2000;44:213-222.

Kirjavainen PV, Apostolu E, Arvola T. Characterizing the composition of intestinal microflora as a prospective target in infant allergy disease. Imunn Med Microbiol. 2001;32:1-7.

Isolauri E, Arvola T, Sütas Y. Probiotics in the management of atopic eczema. Clin Exp Allergy. 2000;30:1604-10.

Guyonnet D, Chassany O, Ducrotte P, Picard D et al. Effect of a fermented milk containing Bifidobacterium animalis DN-173 010 on the health-related quality of life and symptoms in irritable bowel syndrome in adults in primary care: a multicentre, randomized, double-blind, controlled trial. Aliment Pharmacol Ther. 2007;26:475-486.

Marteau PR, Vrese M, Cellier CJ, Schrezenme J. Protection from gastrointestinal diseases with the use of probiotics. Am J Clin Nutr. 2003;77:517-20.

Saavedra JM, Bauman NA, Oung I, Perman JA, Yolken RH. Feeding of Bifidobacterium bifidum and Streptococcus thermophilus to infants in hospital for prevention of diarrhea and shedding of rotavirus. Lancet.1994;344:1046-1049.

Szajewska H, Mrukowicz JZ. Probiotics in the treatment and prevention of acute infectious diarrhea in infants and children: a systematic review of published randomized, double-blind, placebo-controlled trials. J Pediatric Gastroenterol Nutr. 2001;33:S17-25.

Rosenfeldt V, Michaelsen KF, Jakobsen M, Larsen CN, Moller PL, Pedersen P, et al. Effect of probiotic Lactobacillus strains in young children hospitalized with acute diarrhea. Pediatr Infect Dis J. 2002;21:411-6.

Costa-Ribeiro H, Ribeiro TC, Mattos AP, Valois SS, Neri DA, Almeida P, et al. Limitations of probiotic therapy in acute, severe dehydrating diarrhea. J Pediatric Gastroenterol Nutr. 2003;36:112-5.

Sarker SA, Sultana S, Fuchs GJ, Alam NH, Azim T, Brussow H, et al. Lactobacillus paracasei strain ST11 has no effect on rotavirus but ameliorates the outcome of nonrotavirus diarrhea in children from Bangladesh. Pediatrics. 2005;116:e221-8.

Saavedra JM, Bauman NA, Oung I, Perman JA, Yolken RH. Feeding of Bifidobacterium bifidum and Streptococcus thermophilus to infants in hospital for prevention of diarrhoea and shedding of rotavirus. Lancet. 1994;344:1046-9.

Oberhelman RA, Gilman RH, Sheen P, Taylor DN, Black RE, Cabrera L, et al. A placebo-controlled trial of Lactobacillus GG to prevent diarrhea in undernourished Peruvian children. J Pediatr. 1999;134:15-20.

Sazawal S, Hiremath G, Dhingra U, Malik P, Deb S, Black RE. Efficacy of probiotics in prevention of acute diarrhoea: a meta-analysis of masked, randomised, placebo-controlled trials. Lancet Infect Dis. 2006;6:374-82.

Vanderhoof JA, Whitney DB, Antonson DL, Hanner TL, Lupo JV, Young RJ. Lactobacillus GG in the prevention of antibiotic-associated diarrhea in children. J Pediatr. 1999;135:564-8.

Correa NB, Peret-Filho LA, Penna FJ, Lima FM, Nicoli JR. A randomized formula controlled trial of Bifidobacterium lactis and Streptococcus thermophilus for prevention of antibiotic-associated diarrhea in infants. J Clin Gastroenterol. 2005;39:385-9.

Johnston BC, Supina AL, Vohra S. Probiotics for pediatric antibiotic-associated diarrhea: a meta-analysis of randomized placebo-controlled trials. CMAJ. 2006;175:377-83.

Nenhum comentário:

Postar um comentário