terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Obesidade causada por hábitos não por gene

Estudo diz que obesidade de crianças é causada por hábitos de saúde, e não pelos genes

Alunos com sobrepeso passam mais horas em frente à TV ou jogando videogame

Estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, com crianças do sexto ano, revelou que a causa da obesidade está relacionada mais ao estilo de vida do que por fatores genéticos.

Ao analisarem 1.003 estudantes, os pesquisadores concluíram que as crianças obesas eram as que mais consumiam a merenda escolar em vez do almoço, e, em casa, gastavam ao menos duas horas assistindo televisão ou jogando videogame diariamente.

Os resultados compilados pelo Centro Cardiovascular da Universidade de Michigan sugerem, portanto, que são os hábitos alimentares que causam a tendência à obesidade, não fatores hereditários.

Pelo estudo, os pesquisadores descobriram que, pelo menos, 58% das crianças obesas haviam assistido duas horas de televisão no dia anterior, em comparação com 4% das crianças não obesas.

Enquanto, 45% dos alunos obesos sempre comia a merenda escolar, apenas 34% dos estudantes não-obesos faziam uso da mesma refeição, explica o autor do estudo, o cardiologista Kim Eagle, diretor do centro.

Ainda, pelo estudo, um número significativamente menor de crianças obesas participava das aulas de educação física, ou era membro de uma equipe esportiva.

Como os padrões alimentares e de exercício das crianças obesas eram tão diferentes de seus colegas com peso normal, os pesquisadores concluíram que o estilo de vida tem ligação maior com a obesidade do que a genética.

No estudo, ao menos 15% dos estudantes do ensino médio eram obesos, mas quase todos, mesmo acima do peso, ou não, relataram hábitos não saudáveis.

Mais de 30% tinham consumido refrigerante no dia anterior, e menos da metade tinha lembrado de comer duas porções de frutas e legumes nas últimas 24 horas. Apenas um terço dos estudantes disse que se exercitou por 30 minutos durante cinco dias, na semana anterior.

Autor: Redação
Fonte: Portal R7

Influência da mídia na alimentação

Anúncio de alimento não saudável predomina na televisão

Propaganda induz crianças a acreditarem que tais alimentos não sejam prejudiciais

Na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, uma pesquisa mostra que peças publicitárias de alimentos na televisão induziram diversas crianças a acreditar que esses produtos eram bons e saudáveis. O estudo também acompanhou os anúncios exibidos e aponta que nenhum deles mostra alimentos saudáveis. O nutricionista Alexander Marcellus, que realizou o trabalho, defende que o Congresso Nacional regulamente a publicidade de alimentos para crianças, que não possui lei ampla sobre esse assunto no Brasil.

Participaram do trabalho 15 crianças de 10 a 12 anos e 15 mães, entrevistados para avaliar a maneira como percebem a publicidade de produtos alimentícios na televisão. Também foi analisada a programação dos dois canais de maior audiência para o público infantil, de segunda à sexta-feira. “Entre as crianças pesquisadas, 26% viam mais de 3 horas de televisão durante a semana, e 40% assistiam 6 horas ou mais no final de semana”, conta Alexander.

O tipo de alimento mais veiculado foi o fast-food, também apontado como o preferido pelas crianças, ao lado dos refrigerantes e dos produtos lácteos. “Elas possuem uma memória voltada para aquilo que aparece na televisão”, diz o nutricionista. “Embora já diferenciem a propaganda do restante da programação, sentem vontade de consumir os produtos e pedem aos pais para comprar.”

Nenhum dos alimentos anunciados no período acompanhado pela pesquisa é considerado saudável, aponta Alexander. “A publicidade transmite uma ideia errada sobre a qualidade nutricional, ludibriando crianças que alimentos ricos em açúcar ou gorduras são saudáveis, por exemplo”, afirma. O pesquisador relata que em alguns casos, apesar da veiculação de informações verdadeiras, não há honestidade nos anúncios, o que fere a ética publicitária. “Mostra-se que um suco de frutas não tem conservantes, mas é omitida a presença de outros aditivos que podem ser prejudiciais à saúde.”


Influência

As mães entrevistadas na pesquisa não souberam identificar os publicitários como responsáveis pelos anúncios de alimentos. “Entretanto, 40% não concordam que a publicidade tenha que ter apelo à criança”, observa Alexander. “É importante resssaltar que os pais não apenas estão entre os responsáveis pelos hábitos alimentares dos filhos como também servem de influência, por isso, precisam de orientação.”

Alexander alerta que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não possuem regulamentação séria sobre a publicidade de alimentos e bebidas para crianças até 12 anos. “A lei deve vir em respeito à fase de formação da criança, que está compreendendo o mundo em sua volta para se comportar como consumidor”, destaca. “No último dia 17 de dezembro, mais 50 entidades da sociedade civil lançaram a Frente pela Regulamentação da Publicidade de Alimentos, para reivindicar junto ao Poder Público a regulamentação do tema”.

A publicidade institucional do governo federal é outro caminho apontado pelo nutricionista para incentivar o consumo de alimentos saudáveis. “Anualmente são gastos 6 bilhões de reais em publicidade, sendo que com apenas 1% desse valor seria possível colocar seis inserções semanais na televisão de anúncios mostrando os benefícios de alimentos como frutas, verduras e legumes”, calcula Alexander. “O governo tem a obrigação não só de educar como de cuidar da saúde das crianças.”

O nutricionista mantém na internet o blog NUTRItodos, que divulga informações sobre alimentação saudável e oferece orientação aos pais sobre os produtos anunciados na televisão. O endereço é . A pesquisa faz parte da dissertação de Mestrado de Alexander, defendida em outubro do ano passado, com orientação da professora Isabel Maria Teixeira Bicudo do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP.

Autor: Júlio Bernardes
Fonte: Agência USP de Notícias

Dieta Mediterrânea

Dieta mediterrânea é alimento para o cérebro

Foco em vegetais, peixes e azeite

A dieta mediterrânea - focada em vegetais, peixes e azeite, com quantidades moderadas de vinho - pode estar ligada a uma desaceleração nas taxas de declínio mental em idosos.

Alguns estudos anteriores sugeriram que a dieta tinha efeitos benéficos para o cérebro, mas as evidências não eram sólidas. Um novo relato analisou dados de um estudo contínuo iniciado em 1993, realizado com 3.790 moradores de Chicago, com 65 anos ou mais. Os pesquisadores testaram a acuidade mental dos participantes em intervalos de três anos, e acompanharam seu grau de adesão à dieta mediterrânea numa escala de 55 pontos.

O alto grau de adesão à dieta estava associado a taxas mais lentas de declínio cognitivo, mesmo depois de controlar para tabaco, escolaridade, obesidade, hipertensão e outros fatores.

A principal autora, Christine Tangney, professora-associada de nutrição da Faculdade de Medicina Rush, em Chicago, afirmou que respeitar a dieta fazia uma grande diferença. Aqueles na terça parte superior em adesão, disse ela numa entrevista por telefone, eram cognitivamente dois anos mais jovens do que os participantes na terça parte inferior.

O estudo, publicado em "The American Journal of Clinical Nutrition", demonstra pontos fortes no projeto de prospecção, na grande amostragem e no uso de um questionário validado para dietas. Mas os autores reconheceram que não havia como considerar todas as variáveis possíveis, e avisaram que se tratava de um estudo observacional que não tira conclusões de causa e efeito.

Autor: Gabriela D'Ávila
Fonte: UOL - Ciência e Saúde